segunda-feira, 1 de outubro de 2007

A Nova Pequim

Pequim é uma cidade chinesa, capital da República popular da China, cujo nome significa Capital do Norte. Durante séculos, foi a maior cidade do mundo; hoje tem cerca de 10,3 milhões de habitantes. Situada ao norte do país, Pequim é famosa pela cidade proibida, o palácio dos imperadores chineses desde o século XV. Foi capital do Império Chinês de 1421 a 1911. Em 1912 a capital foi transferida para Nanquim e a cidade tomou o nome de Beiping (Wade-Gilles: Peiping) (Paz do Norte); foi ocupada pelos japoneses entre 1937 e 1945. Tornou-se a capital da república em 1949 com o nome atual. Ao início da dinastias Tang e Song, somente existiam pequenas aldeias na zona. A última dinastia Jin cedeu grande parte da sua área fronteiriça norte, incluindo Pequim, à dinastia Liao no século X. A dinastia Liao fundou uma segunda capital numa cidade a que chamou Nanjing ("capital do Sul"). A dinastia Jin conquistou a Liao e o norte da China, fundando Zhongdu, a "capital central". Em 1403, o terceiro imperador Ming, Zhu Di, que tinha subido ao trono depois de matar o seu sobrinho e de uma longa guerra civil, moveu a capital, que estava no sul, estabelecendo-a no norte e chamando-a "Beijing", ou seja, capital do Norte. A Cidade Proibida foi construída entre 1406 e 1420, seguida do Templo do Céu (1420), e outros projectos. Tian'anmen, foi queimada duas vezes durante a dinastia Ming e finalmente reconstruida em 1651. Após a instauração da República da China em 1911, estabeleceu-se de novo a capital em Nanquim (Nanjing) e "Beijing" foi renomeada "Beiping". Durante a Segunda Guerra Chino-Japonesa, foi ocupada pelo Japão em 29 de Julho de 1937. Durante a ocupação, Pequim foi a capital do comité executivo do norte da China, um estado marioneta que governou o norte da China ocupada. A ocupação durou até à rendição do Japão, em 15 de Agosto de 1945. Em 31 de Janeiro de 1949, durante a Guerra Civil Chinesa, as forças comunistas entraram em Pequim sem confrontos violentos. No dia 1 de Outubro, o Partido Comunista Chinês chefiado por Mao Tse Tung, anunciou em Tiananmen a criação da República Popular da China. Depois das reformas económicas de Deng Xiaoping, a área urbana cresceu enormemente. A zona de Guomao trasnformou-se em grande área comercial, tal como Wangfujing e Xidan, enquanto que Zhongguancun se converteu no centro da indústria da electrónica chinesa. Nos anos recentes, Pequim esteve sempre com problemas sérios, tais como a congestão de tráfego (apesar da maioria dos pequineses usar a bicicleta como meio de transporte), a contaminação do ar, a destruição do património histórico e a chegada maciça de imigrantes de outras partes do país. Pequim, que perdeu a eleição para cidade olímpica de 2000 e de 2004, foi eleita para acolher os Jogos Olímpicos de 2008, cuja inauguração será no dia 8 de Agosto.
Pequim passou por uma história de crescimento, com muitas revoluções. Sua população é vasta e seu país também. A arquitetura de Pequim com sua cultura oriental possuía uma tipologia onde os chineses construíram templos e palácios de madeira. Ao longo de toda a história da China, a madeira sempre foi um dos materiais preferidos dos chineses, que desenvolveram uma técnica de aplicar verniz sobre sua superfície para conservá-la. O verniz aplicado em cores fortes e brilhantes é uma característica da tradicional arquitetura chinesa. Seus templos, monastérios e palácios seguem princípios básicos, um pátio espaçoso leva a um salto de teto alto, gracioso e curvo. As casas chinesas, em sua maioria, são construídas em torno de pátios internos. O estilo chinês mistura formas retangulares de vários tamanhos. Para se prevenir da umidade, suas construções são feitas sobre uma plataforma. Seus murais coloridos retratam dragões, mitos, pinturas de paisagens, flores e pássaros. Construções semelhantes a torres, chamadas pagodes, são monumentos religiosos e muito comuns na China.
Em Atenas no ano de 2004 na pira olímpica que se abaixava para colher o fogo das mãos de um atleta. Sydney em 2000 teve um estádio que captava água da chuva. Barcelona em 2002, um parque aquático que transformava a própria cidade em cenário. Em Pequim 2008 depois de toda sua história a capital do país mais populoso do mundo, com orçamento de primeiro mundo e problemas de terceiro, promete um dos projetos mais espetaculares já realizados em toda a história olímpica.
O orçamento previsto para as instalações esportivas é de US$ 3,2 bilhões, mais US$ 24,2 bilhões em obras de infra-estrutura e urbanização. Sem falar ainda nos US$ 2 bilhões de custos operacionais e US$ 7 bilhões para um megaprojeto ambiental, já que estamos falando da cidade com um dos maiores índices mundiais de poluição do ar.
Todo essa modernização está sendo feita de forma devastadora, para cumprir prazos e metas, dessa forma, arrasando quarteirões e até bairros inteiros, podendo ser comparada com a Paris de Haussmann do século XIX. Essa transformação da configuração da cidade, sem levar em consideração sua essência e sua cultura, em troca de um excessivo avanço tecnológico, tem trazido à tona uma discussão sobre a verdadeira identidade de Pequim, já que esta devastação seria superior àquela sofrida nas décadas de 50 e 60 durante a primeira fase do período maoísta.
Nos últimos cinco anos, a China se transformou no grande mercado da arquitetura contemporânea. Em escala e velocidade, o boom de construção civil naquele país não tem precedente histórico.
Em qualidade arquitetônica, a maior parte dessa produção não é representativa. A estratégia dos chineses em relação à arquitetura pode ser decomposta no tripé que envolve edifícios emblemáticos, grandes eventos e urbanização selvagem.
A nova arquitetura de Pequim vem se tornando alvo de turistas do mundo todo, que chegam com um imaginário sobre cidade que não mais condiz com o que se vê. Grandes edifícios contemporâneos passaram a ser monumentos de referência para as grandes avenidas. Este crescimento está refletido no número de novos hotéis de alto luxo na cidade. Estão previstos 4 mil novos apartamentos deste padrão para 2007 e mais de 7 mil para 2008.

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